Reflexos

Olhe-se no espelho e veja com os olhos do espírito a pessoa que ali está refletida.
Não, não olhe para a pele, ela vai murchar um dia, como flor que seca depois de algum tempo, olhe para a expressão do rosto, é alegria que você vê?
São rugas de preocupação, ou a expressão é o retrato do vazio?

E os olhos? Não, não falo da cor, nem tampouco do brilho, falo da profundidade, o que eles transmitem na verdade? O que eles passam para as pessoas? Alegria? Tristeza? Angústia? Felicidade?

São olhos do bem ou onde se fixam, vêem o mal? Seus olhos são faróis que te levam onde você quer chegar, ou lamparinas que se apagam ao menor sinal de vento (problemas)?

Olhe bem para o espelho, quantos anos você realmente tem? O que diz a sua identidade, o que diz o seu rosto ou aquilo que a sua experiência demonstra?

Olhando nesse espelho da alma, você percebe que é livre ou é uma pessoa amarrada ao passado, a picuinhas de parentes, inimizades, ex-sócios, ex-amores, ex-desejos e não consegue seguir em frente por viver ancorado no passado?

Olhando diretamente no centro da sua face, conte os sonhos realizados.
Feche os olhos físicos e abra o espiritual.
Viaje pelos teus sonhos realizados e perceba quantos ficaram para trás.
No balanço dessa visão qual é o saldo?
Poderás dizer que foi feliz?

Agora olhe novamente, com olhos abertos e fixos na sua figura, imagine-se daqui a 10 anos... Como é que você quer estar?

Deixo-lhe nessa reflexão, mas com a certeza de que o tempo não espera ninguém, se o passado não pode ser modificado, nós somos senhores absolutos do amanhã, que começa hoje, agora.

Paulo Roberto Gaefke

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