A Amizade

Se cultivar a amizade
Primasse em prioridade
Neste mundo sem bonança
Havia mais harmonia
E a humanidade seria
Um paraíso de esperança

Onde nós os seres humanos
Abraçássemos planos
Duma nova dimensão
Compartilhando a amizade
Em qualquer sociedade
Sem ter discriminação

Uma amizade capaz
Que inspire o mundo a ter paz
Que ele tanto carece
Que não permitisse a guerra
Nem o ódio que há na terra
E um novo mundo comece

Pra que o mundo turbulento
Fosse menos, violento
Com mais solidariedade
No mais perfeito sentido
Ver o mundo inteiro unido
A comungar a AMIZADE!
Euclides Cavaco

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História verídica

Andando pela rua de mãos dadas com seu pai, Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!!!

O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria à sua frente.

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!

Amaro, o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...


Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos 'biscates' aqui e acolá, mas que há 2 meses não recebia nada...

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem - sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro....

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário tão elegante em seu primeiro terno....

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho, o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!

Paulo Roberto Gaefke

Publicado no livro "Quando é preciso Viver". O autor mantém também o site Meu Anjo.

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Deixo



Composição: Sergio Passos / Jorge Papapá
Eu me lembro sempre
Onde quer que eu vá
Só um pensamento
Em qualquer lugar
Só penso em você
Em querer te encontrar
Ah! Ah!
Só penso em você
Em querer te encontrar...

Lembro daquele beijo
Que você me deu
E que até hoje
Está gravado em mim
Quando a noite vem
Fico louco prá dormir
Só prá ter você
Nos meus sonhos
Me falando coisas de amor
Sinto que me perco no tempo
Debaixo do meu cobertor...

Eu faria tudo
Prá não te perder
Assim!
Mas o dia vem
E deixo você ir...
E deixo você ir...

Lembro daquele beijo
Que você me deu
E que até hoje
Está gravado em mim
Quando a noite vem
Fico louco prá dormir
Só prá ter você
Nos meus sonhos
Me falando coisas de amor
Oh! Oh! Oh!
Sinto que me perco no tempo
Debaixo do seu cobertor...

Eu faria tudo
Para não te perder
Assim!
Mas o dia vem
E deixo você ir...
E deixo você ir...

E deixo você ir...
E deixo você ir...
Ivete Sangalo

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A marca que você deixa nas pessoas

Quando eu era criança, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Era um aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.

Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal veio num dia em que minha mãe estava na casa de um vizinho. E eu na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível, mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei: O telefone!

Rapidamente fui ate o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse: "Uma informação, por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido.

- Informações.

- Eu machuquei meu dedo... - disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência.

- A sua mãe não está em casa? - ela perguntou.

- Não tem ninguém aqui... - eu soluçava.

- Está sangrando?

- Não - respondi. - Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo...

- Você consegue abrir o congelador? - ela perguntou. Eu respondi que sim.

- Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo - disse a voz. Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo.

Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável. Eu perguntava:

- Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente:

- Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também...

De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo.

- Informações - disse a voz já tão familiar.

- Você sabe como se escreve 'exceção'?

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico. Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala.

Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo, sem dúvida aquela voz da informação, por favor, havia marcado para sempre a minha vida.

Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um menininho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos. Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi:

- Uma informação, por favor.

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:

- Informações.

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando:

- Você sabe como se escreve 'exceção'?

Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave:

- Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul.

Eu ri.

- Então, é você mesma! - eu disse - Você não imagina como era importante para mim naquele tempo.

- Eu imagino - ela disse - E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse.

Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.

- É claro! - ela respondeu - Venha até aqui e chame a Sally.

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu : "Informações." Eu pedi para chamar a Sally.

- Você é amigo dela? - a voz perguntou.

- Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul.

- Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas.

Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:

- Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?

- Sim.

- A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler pra você.

A mensagem dizia:

"Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender."

Eu agradeci e chorando desliguei. Eu enfim havia entendido... “NUNCA SUBESTIME A MARCA QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS.”

Desconheço a autoria

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